Por Regina Navarro Lins
A maioria das pessoas já viveu alguma experiência inesquecível no Réveillon.
É inegável que em duas festas anuais – Réveillon e Carnaval – paira no ar algo diferente, uma espécie de sentir e agir que só se observa nesses dias. Agora o amor é sem barreiras e é impossível não perceber a sensualidade solta no ar. Desejo de beijar, de fazer sexo, mas com muita urgência; afinal, o tempo é limitado. As pessoas se tocam, se beijam e transam sem mesmo se conhecerem.
Não há dúvida de que amor e sexo são impulsos totalmente independentes e pode haver prazer sexual pleno totalmente desvinculado das aspirações românticas. Aliás, os homens sempre souberam disso e nunca se furtaram às relações sexuais episódicas com parceiras fortuitas.
Há quem alegue uma sensação de vazio após um encontro desse tipo. Mas isso não tem nada a ver com o sexo, se ele foi prazeroso, e sim com o fato de se ter esperado algo além do sexo. De uma transa sexual com alguém que mal se conhece e de quem não se pretende nada mais além da troca de prazer, só se pode esperar algumas horas muito agradáveis e ótimas lembranças.
Tudo indica que a liberação do sexo nessas datas seja apenas uma questão cultural, estando diretamente ligada à forma como aprendemos a viver o amor. A partir da crença de que somente através da fusão romântica com o outro podemos nos tornar completos, nossa estabilidade emocional passa a depender da continuidade da relação, e para isso não medimos esforços.
Sendo o sexo a manifestação mais característica da nossa individualidade, é comum que fique subjugado ao que consideramos adequado à manutenção do vínculo amoroso. A dependência do parceiro passa, então, a determinar nossa conduta sexual.
O Réveillon e o Carnaval funcionam como períodos de trégua. A busca incessante do amor idealizado ou a luta por sua manutenção cede espaço para o exercício da sexualidade longe de qualquer restrição.
Fonte: Uol Mulher
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